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Confira o que rolou no festival do Japão, Rio Matsuri 2019
No final de janeiro, aconteceu o Festival Rio Matsuri 2019, que promove a cultura japonesa, trazendo entretenimento para todas as idades. Este ano tivemos atrações diversificadas, um maior espaço para as colônias japonesas do Rio de Janeiro, menos filas, mais comida e a praça de alimentação dobrou de tamanho. Tivemos um estande de bonsai MA-RA-VI-LHO-SO!
Bem legal o Rio Matsuri 2019, ter destinado espaço para as principais colônias japonesas do Rio de Janeiro. As maiores barracas de comida eram as das colônias japonesas de Papucaia, Rio Nikkei, Niterói e Tinguá. Parabéns Associação Rio Nikkei, pela participação com as artes marciais, taiko e comidas gostosas. Aliás, quem comandou a cozinha na barraca do Rio Nikkei, foi a minha prima, Noemi Katayama. Pudemos apreciar os sabores tradicionais feitos pelos descendentes dos nihonjins. O bacana também, é que o dinheiro arrecadado, ajuda as colônias a manterem seus centros culturais funcionando e disseminando a cultura nipônica. Na próxima, não deixe de visitar essas barracas.
As principais atrações que agitaram o Rio Matsuri Festival!
Masa Bucket Drummer, foi a atração internacional que causou bastante curiosidade, pois ele é um percussionista que faz os instrumentos de material reciclado e de uso comum, tipo pratos, tigelas e lixo. O instrumento de sopro que ele toca, é feito de cano de PVC e imita o “didgeridoo”, um instrumento originário das tribos aborígenes australianas. Pena que a apresentadora prejudicou a apresentação dele no sábado. Lamentável! A organização do evento deveria ter dado mais notoriedade a este artista japonês, que não é só um cantor, mas um indivíduo que se preocupa com a sustentabilidade, reciclagem e faz música do lixo. Um conceito muito maior do que a música em si. Faltou OMOTENASHI...
Quer saber mais sobre o que é o Omotenashi, veja o vídeo abaixo:
Um show à parte foi a interação do público com a dança de passinhos repetitivos do Bon Odori. Embora, depois de 2 minutos pareça não ter muita graça, fica divertido conforme as pessoas vão “entrando na dança”. E, é claro, a fofa da obaatchan da Marina estava lá, dançando. E conversamos com Renan e Daniel, que vieram de São Paulo e dançaram Bon Odori, vestidos de yukata. Muito legal! Poderia ter acontecido nos 2 dias do evento.
Ricardo Cruz, cantor de temas de animes e tradutor, agitou a galera com os temas das principais séries de anime como Cavaleiros do Zodíaco, Naruto, Dragon Ball Super e outros. O Ricardo é o único estrangeiro integrante do JAM Project, uma superbanda de animesongs. Muito legal ver o público cantando junto, interagindo. Poderia ter se apresentado os dois dias do evento. Fica a dica!
A Akiba Square fez a alegria da galera otaku e geek. Jogos de tabuleiros, games eletrônicos, anime, mangá, cosplayers por todo o festival e para a criançada um espaço Hello Kitty muito fofo! Veja a foto da família Tsuge Cosplay!
Os workshops bombaram de participação. O Instituto Cultural Brasil-Japão, fez um belo trabalho trazendo a cerimônia do chá, as oficinas de ikebana, origami e shodô. O ICBJ tem curso de japonês para quem quer aprender o idioma e também oferece cursos das artes japonesas.
Muito importante foi a participação do Consulado Geral do Japão do RJ, que montou um estande, com muitas informações sobre vistos, cursos, bolsas de estudo, intercâmbios e material sobre o Japão. Fiquem ligados nos informes do Consulado do Japão.
A minha amiga Mayumi Muto do Hinata Buffet, também estava lá ministrando um workshop de makimono e coordenando as atividades da barraca da Associação Cultural de Niterói.
As apresentações de Taiko arrebentaram! A batida forte é contagiante e o grupo Ryukyu Koku Matsuri Daiko, que teve origem em Okinawa, arrasou com o seu grupo dançante, barulhento e alegre, bem como são os okinawanos. Foi lindo ver a alegria dos integrantes ao se apresentarem. O grupo Ryukyu Koku tem filiais em 10 países e 10 filiais no Brasil, sendo 6 só em São Paulo. Deu uma vontade de aprender taiko e sair dançando. Tivemos também o Himawari Taiko e o nosso Rio Nikkei Taiko.
Atrações que poderiam dar um show se fossem melhor divulgadas ou organizadas!
Mais uma edição do Miss Nikkey Rio, que podia ter sido melhor. Se não fosse o trabalho solitário do Kazuhiro Issobe, talvez nem existisse mais a versão Rio, do Miss Nikkey. Ele incansavelmente conclama, todos os anos, as descendentes de japoneses, a participarem. Não se trata só de um concurso de beleza, mas de mostrar a beleza da oriental nipônica. Não importa se tem um pouco de barriga ou falta bumbum. Quem não tem uma imperfeição? O grande lance é participar e prestigiar a cultura japa e encher de orgulho os pais e obatchans que vibram ao ver suas crias no palco. Vamos lá meninas! Creio que as associações, clubes e até mesmo, o consulado, podem ajudar nessa tarefa. Eu mesma, vi um monte de japinhas lindas que poderiam estar no palco.
Quase ninguém ficou sabendo das palestras que rolaram no Fórum de Liderança Nikkei. A palestra sobre “OMOTENASHI”, com o Roberto Tuji, merecia ser transmitida por telão, no Palco. Foi ES-PE-TA-CU-LAR! E pudemos conhecer descendentes, como a Tizuka Yamazaki, que fizeram história no Brasil, contando um pouco da história dos imigrantes. Uma nipo-brasileira de se orgulhar e até tietar. E eu não perdi a oportunidade. Orgulho Japa! Lamentavelmente, não havia nenhuma indicação, galhardete, cartaz, indicando que tinha palestra ali.
Seguindo o japanese style e aplicando o kaizen, para o próximo Rio Matsuri
O melhor do evento, sem dúvida, foram as atividades que promoveram maior interação com o público. Os workshops, lutas, games e até o Bon Odori, fizeram as pessoas se mexerem.
Vamos às nossas impressões e sugestões:
- Como o Nobuhiro Hirata faz falta para este evento. Ele apresentava o Festival do Japão na Praia do Flamengo e ele é, infinitamente melhor, do que os apresentadores atuais. Ele sabe provocar a participação da plateia, porque tem calor na voz e no coração. O Kendi Yamai é um bom cerimonialista e apresentador do Miss Nikkey. Para apresentador de um evento com atrações tão diversas, precisa ter uma pegada mais “high touch” e saber improvisar. Este ano colocaram, para piorar, uma apresentadora que simplesmente atrapalhou a apresentação do Masa, o percussionista, porque ela não entendia inglês e nem japonês. Além disso, não tinha técnica de apresentação e dava gargalhadas sem tirar o microfone da boca. Foi um desastre! Vai uma dica: se tem atração internacional, os apresentadores têm que saber falar japonês, porque é festival do Japão e inglês, para saber se comunicar...
- O palco poderia ser maior. No ano passado, a área da plateia ficou grande demais. Esse ano ficou melhor, mas o palco ficou pequeno e baixo demais. Quem ficou lá atrás, quase não tinha uma boa visão. Quem era da imprensa, tinha que ficar na frente e atrapalhava a visão da plateia. A dança Bon Odori se apresentou fora do palco, o que foi bem legal, pois provocou a participação das pessoas, mas ficou em um lado bem escondido e espremido entre o palco e a arena de lutas. Uma sugestão é a dança acontecer no meio da plateia, pelos corredores das cadeiras. Vai ser mais animado e todos poderão assistir e interagir.
- Legal que a praça de alimentação dobrou de tamanho, mas tinha que ter mais mesas. Ficou muito espaço vazio e pessoas em pé. Em algumas barracas, comidas típicas acabaram cedo demais. A água estava muuuuito cara: 5 reais a garrafinha. Tinha bebedouro, mas a água estava quente. Uma dica para a produção do evento, já que pagamos entrada, certo?
- O credenciamento para imprensa e blogueiros foi péssimo este ano. Não sei se as maiores emissoras de TV estavam lá, mas nós blogueiras, que divulgamos a cultura japonesa todos os dias, ficamos restritos a participação de 1 pessoa por “empresa”. Ou seja, o blogueiro tinha que tirar foto, filmar, entrevistar, sozinho, sem equipe?? Com todos os contratempos, conseguimos ir com a equipe para produzir diversos conteúdos sobre o evento, graças a ajuda do ICBJ. Aliás, se teve cobertura da grande mídia, não vi nenhuma notinha pós evento.
- Para o próximo evento, sugerimos que os organizadores, staff e apresentadores, façam um curso sobre omotenashi. Depois, ser replicado para os expositores, afinal, o público que lá esteve para prestigiar o evento, também teve um gasto considerável.
Críticas a parte, o evento foi incrível, trazendo cada vez mais a cultura japonesa pro dia a dia dos cariocas, através desse mega evento. Mas como um canal de influência da cultura japonesa, queremos sempre trazer o melhor conteúdo, divulgar os melhores eventos e te colocar em contato com o que de melhor você pode ter no quesito cultura japonesa. A dica final seria: aperfeiçoar o evento, 1% melhor a cada ano. Afinal de contas, temos como inspiração o maior evento da cultura japonesa logo ali, em São Paulo, um evento com anos de experiência e que pode, através de toda sua experiência proporcionar um desenvolvimento acelerado pro Rio Matsuri! Vamos praticar o GANBARU! =)
Veja como foi o evento no nosso canal do Youtube:
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